segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Prosa torta


O que faço,
se fico ou se passo,
não sei.

Fechei os olhos,
abri a alma
e aqui cheguei.

Verde e cinza,
quente e fria,
onde foi que eu parei?

Ser ou estar,
gostar ou amar,
não sei.

Abri os olhos,
fechei a alma ,
e chorei.

Procurei sons,
gostos e cores.
Todos, todos encontrei.

Tenho saudade
dos meus amores,
mas novamente me apaixonei.

Quantos mundos
cabem num só?
Não sei!

Vi poesia e gritaria,
vi mendigos, punks
ricos e reis.

Abri os olhos,
abri a alma...
Em São Paulo fiquei.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Balada com a Lá, a Thê, a San, o Gu, a Van, a Mi...

Hehe.

Vim, primeiramente, falar que o povo pernambucano é danado de bairrista! Não vou mentir, mas é. E é por justa causa, obviamente. HAHA. Enquanto tu lê isso aqui, escuta isso, per favore: http://letras.terra.com.br/capiba/272228/. É linda, é Capiba, é Alceu Valença, é carnaval e amor puros, é muita emoção! Não que tenha a ver com o post, mas é que eu tava escutando agora porque FALTAM SEIS DIAS para eu cantar bem cantada essa música lienda.

Eu vim falar de duas coisas: dos apelidos dos apelidos que os paulistas dão aos nomes e da Caipiroska.
Sobre os apelidos, vou exemplificar meu primeiro choque: assim que cheguei, nos primeiros dias, fiz uma ligação para um veículo pra perguntar umas coisas midiáticas. BELEZA. "Alô, fulaninho, aqui é Laryssa, tudo bem?" "Oi, Lá, tudo, e você?" PAROU AQUI. Gente, na hora eu falei comigo: oi? Me conheceu AGORA e já me chamou de "Lá"? Como assim, bial? Que bizarro! Terrivelmente assustada com a tamanha intimidade adquirida em um curto espaço de tempo pelo moço com o qual eu bati um papo, perguntei à minha chefe, Therezinha, que djiabos é isso, essa intimidade assim do na-da. Hahahahahaha. Morro de rir só de lembrar, minha gente. E eu disse a ela coisa do tipo: "oxe, que viagem. Na minha terra apelido a gente usa quando é muito íntimo. São Paulo é tão frenética que as pessoas encurtam até no apelido, é? Misericórdia!".

Pois bem, pra pernambucano, apelido é sinônimo de intimidade. E, geralmente, a gente bota no diminutivo, coisa do tipo: paulinha, camilinha. Tá, a gente até encurta, mas quase nunca pra duas letras. É coisa do tipo: lary, lyssa, gordinha, gords, cora (vem de coração) rs. BELEZA. No começo, não vou mentir, achava estranho, tanto é que conheci muita gente, mas ainda chamo muita gente pelo nome mesmo porque, pra mim, é uma questão de intimidade. Com o tempo, vou diminuindo (ou aumentando) o nome rs. Uma vez, conversei com Camis sobre isso (é, Camila disse que se eu chamo ela de Camila soa muito sério, eu tenho que aprender a chamar ela de Camis rs) e ela comentou que Carol, pernambucana que trabalhou com ela, também estranhou quando as pessoas chamavam ela de "Cá" se Carol já é apelido pra Carolina. Apelido do apelido, paulistas (pelo menos os que convivi até agora) são assim. E digo mais: não é questão de ter intimidade ou não, é mania mesmo. O que eu notei,  ao menos. Hoje, eu acho isso uma coisa fofa, sabia? E parei pra pensar que a gente tem receio quando conhece as pessoas e, pra gente (tou generalizando, desculpem-me, mas falo sabendo a opinião de muitos pernambucaninhos), apelido sem conhecer muito pode soar falsidade, frescurinha, essas coisas. Enfim, eles (vocês) não interpretam como a gente. É diferente. Não tem nada de "todo se chegando, todo intimozinho, do nada..." não. E eu acho isso uma graça. São Paulo é agitada, rápida e etc, então vamos viabilizar o tempo, HEIN? He (só dei um "he" porque apelidei o "hehehe", beijos).

Ah, mas não poderia deixar de contar sobre o meu apelido para a "galera chegada" (me sinto uma galerosa falando "chegada"), que senta aqui pertinho da gente. Foi Camis quem começou a tirar onda porque eu chamo "lixa de unha" de "cerrinha de unha", aí pronto. Agora boa parte dos chegados me chamam de "cerrinha". O povo de Claro, na verdade. Uma vez, alguém me chamou: "Lá, lá!" Eu não virei, tava com fone de ouvido, e tem outra Larissa lá tbm. Mas quando falou "cerrinha!", eu virei. Hahaha. É isso aí, apelido é um negócio que pega! Se pegou, já era. E o que importa é viver, porque viver ultrapassa qualquer entendimento (alok rs), já dizia Clarice Lispector, ela mesma que eu encontrei no ônibus essa semana (EU JURO! ela era IDÊNTICA a Clarice, só não corri e dei uns beijos porque a senhora ficou me olhando, com aquele olhar de ressaca, e me intimidou, dando até medo rs).

Parte dois: CAIPIROSKA. Eu estava lá bonita na festa do Multishow. Vou pegar uma bebida. "Eu quero uma caipifruta de morango". O barman pergunta: "uma caipiroska de morango?". Respondo: "Não, uma caipfruta de morango!" Penso eu: limão com morango é foda! BELEZA. Ele: "isso é caipiroska". Eu, toda cheia das informações, digo: "não, meu querido, caipiroska é limão com vodka., açúcar e gelo. Caipirinha é limão com cachaça, açúcar e gelo e Caipifruta ou batida é qualquer fruta com vodka. Ele: "eu trabalho com isso há anos, você tá errada." Eu: tá bom, audacioso, me dá vodka com morango. É isso. Aqui Caipiroska é qualquer fruta + vodka. Beleza? Pronto, se chegar num bar ou numa boate, já sabe. Ontem, na festa da agência, voltei a me desentender com o barman, mas era outro. Na verdade, teve ruído de comunicação, nada mais. Quase que ele me dava uma vodka pura com morango rs. Eu me adequei, mas ainda acho errado. Joguei no google e chamei de pesquisa. Agora, acho que eu sempre aprendi errado rs. A Smirnoff tem caipiroska de maracujá, de frutas vermelhas. Será que foi um paulista que nomeou pra Smirnoff? RS. Brincadeirinhas à parte, existem aquelas diferenças engraçadas e bonitas entre as duas cidades e  a cada dia eu vou descobrindo mais um pouquinho. 

A gente ensina, a gente aprende, a gente se adequa, a gente adequa. E essa troca me encanta.

A vida é assim.

Beijos e que venha o findji!

domingo, 5 de dezembro de 2010

Feira, conta de luz, de gás. Êta belezura!

Sim, galera, morar "só" é uma experiência e tanto, mas nem tudo são flores. Eu sei que é maravilhoso arrumar a bagunça do quarto quando a gente bem entende ou quando a gente cansa de passar pela sala driblando para não tropeçar nos calçados que você usou para ir ao trabs na segunda, terça, quarta, quinta e hoje, sexta, estão atrapalhando o tráfego. rs

Que painho não me ouça, mas eu e Nara, together, já batemos o record dos records que qualquer ser humano possa imaginar. Adoro lembrar quando o lixo do banheiro tava aquela "cerejinha-do-sorvete", sabe? Demos esse lindo nome: "Oh, vai trocar porque já tá 'nível cerejinha'!" Sabe como é, né? Mas quando Nara tentou equilibrar os fios do cabelo dela na nossa montanha, como uma cerejinha, e eles caíram, notamos que OPS!, GALERA, ASSIM NÃO PODE, ASSIM NÃO DÁ! PERDEU A GRAÇA. Pois bem, se tu não, vez ou outra a gente se divertia com isso. Só que depois batia a noção e arrumávamos toda a casa, como quem diz (beijo para a querida Dona Ângela, a mãe de Nara, que tanto fala essa frase que me mata de rir): hoje tem visita!

Fora essas dúvidas mortais de arrumar todas as coisas no fim de semana ou arrumar todo dia um pouquinho de tudo, o famoso suja-limpa, tem aquela velha saudade daqueles almocinhos de mel-dels-do-céu. Zefinha, um beijo especial para você. Sinto muita saudade das suas peripécias, da sua galinha guizada e de seu feijão. Oh, my, oh my myyyy! Tudo bem, a vida é assim, e agradeço por ter restaurante delicioso mineiro, vez ou outra, Sr. Martins logo ali perto do trabs e tantas outras coisas. MAS A GALINHA GUIZADA DE ZEFINHA...

Bem, vim até aqui para falar dos primeiros dias de julho, quando chegamos., no que se refere a compras, apartamento, bagunça. Nara já estava na agência, trabalhando, e eu e Carol ainda íamos acertar as nossas vidas. A gente tava, enquanto isso, se divertindo com a idéia de donas-de-casa. Então era o dia inteiro passeando, comprando coisas pra casa, fazendo almoços diferentes, saudáveis, bonitos. Claro, não durou um mês essa variedade de café da manhã, almoços e jantares rs. Até que conhecemos o poder do pão de forma, queijo prato e presunto.

Lembro do dia em que acordamos cedo para comprar as coisas que estavam precisando pro apartamento. Coisas de cozinha, comidas, etc. Engraçadíssimo não ter noção de preços, não é? Tudo é barato demais ou caro demais rs. Compramos logo um carrinho de feira e nos debandamos pelas ruas do paraíso. Obviamente, nossa energia para fazer feira, andando, no lugar menos caro (no Extra da brigadeiro) com o nosso carrinho, só aconteceram umas 4x. Risos, né, minha gente? O bichinho ficou atrás da porta e foi esquecido. Olha, nossas feiras. A gente até tentou ir nos dias de quarta-da-verdura-e-da-fruta no supermercado. Tudo amostrada, comprando fruta, verduras mil. Até liguei pra painho pra saber qual era a melhor batata doce: se era a rosinha clara ou a bem escurona. Pensamos, num surto louco, em fazer feijão também. Novamente, ligo para painho para saber que componentes comprar. Enfim, tadinhos dos nossos pais, mas, olha, admiro-os demais, viu? Quantas vezes Socorro já não recebeu ligações minhas e de Carol pra dizer como tempera não sei o quê? rs. Beijos, pais. Vocês são maravilheis. PORQUE ESCOLHER A MAÇÃ CERTA, A MACAXEIRA QUE NÃO FICA DURA OU AS LARANJAS NÃO É PRA QUALQUER UM. 

E digo mais: eu que tanto queria pegar várias coisas na feira lá de casa, hoje entendo meu lindo pai me tolhendo. Pense na escolha que a gente fazia pra não dar um absurdo. Era uma tolhendo a outra: "Não, minha gente, vamo pensar se é necessário isso, a gente já tá levando isso e aquilo, pode estragar, pode não sei o quê..." E, né, achei alguém que tem o paladar mais infantil do que o meu: Nara. Enquanto isso, Carol fazia dieta. Eu só sei de uma coisa: nessas idas e vindas às compras, na nossa casa não faltava GELATINA, CERVEJA E SORVETE. Outra coisa não, mas GELATINA. Ai, essa da gelatina nem comento. Marinheiras de primeira viagem (ou primeira compra rs) é aquela coisa bizarra: vê promoção "compre mil e leve ingresso pra cinema..." Aí pronto. Tenho gelatina até hoje rs.

É, né? Fora a nossa feira semanal de não sei quantos reais (juro, não sei como a gente gastava tanto...e OLHE que a gente se tolhia MUITAS VEZES), tinha a conta de luz, conta de gás, etc. Sobre essas duas, nem reclamo. Quase soltamos fogos quando uma vez a conta deu MENOS DE 10 REAIS e a Eletropaulo disse que não precisava pagar, deu desconto, sei lá o quê. Hehehe.

Falando dessas coisas deu uma saudaaaade. Nas nossas bagunças, medo do corredor (nosso corredor tinha um tamanho de dois passos), seriados, filmes, sorvete, pipoca, pizza, aventuras e andanças, essas duas maravilhies tão deixando muita saudade. Ah, se tão. E aí, todo mundo pergunta: Laryssa, como é que tu vai conseguir viver sem Nara? Engraçado, todo mundo faz a mesma pergunta pra ela. E a gente, que é forte e três línguas (piada interna), diz que vamos sobreviver rs. Bem, o destino uniu e foi um fogo e gasolina lindos. Carol fazia a ponte do equilíbrio. Quando ela foi embora, disse que mais dias menos dias eu e Nara íamos nos matar. Quase isso que aconteceu, querida Caramelo. Brinks rs. Eu odiava Nara e ela me odiava, mas ela me ama e eu a amo (a gente não diz uma pra outra não, que é segredo). Hahahahaha. Brincadeiras mil à parte, foi uma experiência e tanta! E se a primeira temporada (é, nomeei essa primeira fase em sp, esses 5 meses, como a 1ª temporada) dos seriados que temos por aí é geralmente a melhor, acho que a vida vai imitar a ficção. Foi lindo. Foi amor. Demais, inclusive. E, com a gente, ficou o crescimento, as boas histórias, boas lembranças, mil conversas e, sim, o aprendizado. E odeio quem banaliza o verbo amar. Tá? Não gosto mesmo. Mas eu posso dizer que ficou amor, carinho, compreensão. E aqui dentro, só ficam os bons. Nara e Carol são. Sim, foi amor.

Ê, saudade.

Porra, chorei agora. 

E tudo isso eu vim postar porque lembrei das nossas feiras hoje de manhã quando fui com Ana, minha companheira de quarto, de feira e de estado (é de Recife rs) fazer feira de frutas e verduras na Alameda Lorena, numa feira de rua. Uma belezura, viu? A gente foi tão pomposa rs. E ainda tomei aquele caldo de cana beeeem geladinho. Fazia anos que eu não sabia o que era essa djilícia.

Pois bem. Domingo é dia de feirinha da liberdade. FOME DE GUIOSA. Simbora!

:* e boa semana.