quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Balada com a Lá, a Thê, a San, o Gu, a Van, a Mi...

Hehe.

Vim, primeiramente, falar que o povo pernambucano é danado de bairrista! Não vou mentir, mas é. E é por justa causa, obviamente. HAHA. Enquanto tu lê isso aqui, escuta isso, per favore: http://letras.terra.com.br/capiba/272228/. É linda, é Capiba, é Alceu Valença, é carnaval e amor puros, é muita emoção! Não que tenha a ver com o post, mas é que eu tava escutando agora porque FALTAM SEIS DIAS para eu cantar bem cantada essa música lienda.

Eu vim falar de duas coisas: dos apelidos dos apelidos que os paulistas dão aos nomes e da Caipiroska.
Sobre os apelidos, vou exemplificar meu primeiro choque: assim que cheguei, nos primeiros dias, fiz uma ligação para um veículo pra perguntar umas coisas midiáticas. BELEZA. "Alô, fulaninho, aqui é Laryssa, tudo bem?" "Oi, Lá, tudo, e você?" PAROU AQUI. Gente, na hora eu falei comigo: oi? Me conheceu AGORA e já me chamou de "Lá"? Como assim, bial? Que bizarro! Terrivelmente assustada com a tamanha intimidade adquirida em um curto espaço de tempo pelo moço com o qual eu bati um papo, perguntei à minha chefe, Therezinha, que djiabos é isso, essa intimidade assim do na-da. Hahahahahaha. Morro de rir só de lembrar, minha gente. E eu disse a ela coisa do tipo: "oxe, que viagem. Na minha terra apelido a gente usa quando é muito íntimo. São Paulo é tão frenética que as pessoas encurtam até no apelido, é? Misericórdia!".

Pois bem, pra pernambucano, apelido é sinônimo de intimidade. E, geralmente, a gente bota no diminutivo, coisa do tipo: paulinha, camilinha. Tá, a gente até encurta, mas quase nunca pra duas letras. É coisa do tipo: lary, lyssa, gordinha, gords, cora (vem de coração) rs. BELEZA. No começo, não vou mentir, achava estranho, tanto é que conheci muita gente, mas ainda chamo muita gente pelo nome mesmo porque, pra mim, é uma questão de intimidade. Com o tempo, vou diminuindo (ou aumentando) o nome rs. Uma vez, conversei com Camis sobre isso (é, Camila disse que se eu chamo ela de Camila soa muito sério, eu tenho que aprender a chamar ela de Camis rs) e ela comentou que Carol, pernambucana que trabalhou com ela, também estranhou quando as pessoas chamavam ela de "Cá" se Carol já é apelido pra Carolina. Apelido do apelido, paulistas (pelo menos os que convivi até agora) são assim. E digo mais: não é questão de ter intimidade ou não, é mania mesmo. O que eu notei,  ao menos. Hoje, eu acho isso uma coisa fofa, sabia? E parei pra pensar que a gente tem receio quando conhece as pessoas e, pra gente (tou generalizando, desculpem-me, mas falo sabendo a opinião de muitos pernambucaninhos), apelido sem conhecer muito pode soar falsidade, frescurinha, essas coisas. Enfim, eles (vocês) não interpretam como a gente. É diferente. Não tem nada de "todo se chegando, todo intimozinho, do nada..." não. E eu acho isso uma graça. São Paulo é agitada, rápida e etc, então vamos viabilizar o tempo, HEIN? He (só dei um "he" porque apelidei o "hehehe", beijos).

Ah, mas não poderia deixar de contar sobre o meu apelido para a "galera chegada" (me sinto uma galerosa falando "chegada"), que senta aqui pertinho da gente. Foi Camis quem começou a tirar onda porque eu chamo "lixa de unha" de "cerrinha de unha", aí pronto. Agora boa parte dos chegados me chamam de "cerrinha". O povo de Claro, na verdade. Uma vez, alguém me chamou: "Lá, lá!" Eu não virei, tava com fone de ouvido, e tem outra Larissa lá tbm. Mas quando falou "cerrinha!", eu virei. Hahaha. É isso aí, apelido é um negócio que pega! Se pegou, já era. E o que importa é viver, porque viver ultrapassa qualquer entendimento (alok rs), já dizia Clarice Lispector, ela mesma que eu encontrei no ônibus essa semana (EU JURO! ela era IDÊNTICA a Clarice, só não corri e dei uns beijos porque a senhora ficou me olhando, com aquele olhar de ressaca, e me intimidou, dando até medo rs).

Parte dois: CAIPIROSKA. Eu estava lá bonita na festa do Multishow. Vou pegar uma bebida. "Eu quero uma caipifruta de morango". O barman pergunta: "uma caipiroska de morango?". Respondo: "Não, uma caipfruta de morango!" Penso eu: limão com morango é foda! BELEZA. Ele: "isso é caipiroska". Eu, toda cheia das informações, digo: "não, meu querido, caipiroska é limão com vodka., açúcar e gelo. Caipirinha é limão com cachaça, açúcar e gelo e Caipifruta ou batida é qualquer fruta com vodka. Ele: "eu trabalho com isso há anos, você tá errada." Eu: tá bom, audacioso, me dá vodka com morango. É isso. Aqui Caipiroska é qualquer fruta + vodka. Beleza? Pronto, se chegar num bar ou numa boate, já sabe. Ontem, na festa da agência, voltei a me desentender com o barman, mas era outro. Na verdade, teve ruído de comunicação, nada mais. Quase que ele me dava uma vodka pura com morango rs. Eu me adequei, mas ainda acho errado. Joguei no google e chamei de pesquisa. Agora, acho que eu sempre aprendi errado rs. A Smirnoff tem caipiroska de maracujá, de frutas vermelhas. Será que foi um paulista que nomeou pra Smirnoff? RS. Brincadeirinhas à parte, existem aquelas diferenças engraçadas e bonitas entre as duas cidades e  a cada dia eu vou descobrindo mais um pouquinho. 

A gente ensina, a gente aprende, a gente se adequa, a gente adequa. E essa troca me encanta.

A vida é assim.

Beijos e que venha o findji!