domingo, 7 de novembro de 2010

Rede Social como veículo de comunicação. Oh!, Mayaras Petruso!

Gente,
Como é vomitar o lixo do racismo, preconceito e ignorância acerca do Nordeste no Twitter? Isso a gente pôde ver nas notícias que se espalharam pelo Brasil (e fora dele) como um viral, após a estudante de Direito (sim, infelizmente, em tese, eles deveriam saber das Leis Brasileiras e dos crimes que são: racismo e incitação de homicídio) Mayara Petruso colocar pra fora suas opiniões, jutamente com outros brasileiros, depois da candidata à presidência, Djilminha, ser eleita Presidente do Brasil. Fedeu, foi merda no ventilador.

Pois bem, a gente conheceu a opinião de tantos e tantos jovens (sim, o futuro do país) sobre a parte de cima do Brasil. Muitos desses, estudantes universitários, classe média alta, intelectuali...PÁRE! Intelectualizado é uma coisa, estudante universitário pode ser outra, e Universidade + Dinheiro + Apartamento de Luxo + Curso de Inglês, Alemão e Francês não são = a alguém com uma mente brilhante com pensamentos isentos de conceitos previamente e absurdamente formados. Não vamos generalizar, não vamos fazer como alguns fazem. Vamos tentar enxergar aquilo que tá bem além da aparência. Isso tudo junto pode parecer  bom, mas não quer dizer muita coisa não, tá? Não mesmo. 

Os intelectuais estão à frente de seu tempo. Admiro-os. Um beijo, Dacier de Barros (Professor Doutor que ensinou durante alguns anos na UFPE). Você é um deles. E hoje eu queria tanto que alguns desses estudantes twitteiros pudessem ter aula contigo sobre a Realidade Sem Fim Brasileira (na verdade, o nome da cadeira era Realidade Sócio-Econômica-Cultural Brasileira e não a abreviação que fizemos rs). Aquela cadeira onde a gente pôde ler escritos de Sérgio Buarque de Holanda, o papis de Chico Buarque, e saber um pouco mais sobre as Raízes do Brasil. E, hoje, talvez eu sinta um arrependimentozinho de ter sugado quase nada de Dacier sobre esse assunto. Não tô falando da cadeira de Sociologia de Comunicação nem de Habermas, por favor, tô falando de Brasil, da cadeira mais legal, da realidade sem fim. Queria encontrar com ele no corredor de comunicação e ouvir suas palavras sobre o fato Mayara Petruso e seus followers. Ah!, quem dera eu ser um peixe.


Cândido Portinari, por exemplo, pintou os Retirantes há vários anos, simbolizando os retirantes nordestinos daquela época. Agora para você que tá lendo isso aqui e tem essa imagem aí de cima como figura única do Nordeste, ah!, querids, pára por aqui, pode ser? Se tu quer generalizar, a gente nem vai se dar bem, certo? E outra, tás feito alguns americanos que perguntam se nós, brasileiros, moramos em cima da árvore junto dos macacos, é? Não! Não só isso. Porque o Brasil é a terra do Samba, Futebol e das mulheres dos bundões, não é mesmo? É isso e Tropa de Elite. Acabou-se, país! Ô, generalização, pra que te queremos?

Barriga d'água. Chão raxado. Seca. Fome. Raquíticos. Descalços. Ignorância. Preguiça. É, no Nordeste é todo mundo assim.

Merda, né? Saber que muita gente tem essa idéia única do Nordeste. Muita gente que se esquece de João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira, Raquel de Queirós, Lenine, Luiz Gonzaga, Alceu Valença, Jorge Amado, Nação Zumbi, Elba Ramalho, Forró, Frevo, Capoeira, Maracatu, Mangue Beat. Isso é porque eu dei uma pincelada rápida na Cultura dessa terrinha. 

Bom, achei um texto digno de uma boa leiura. Na verdade, foi mandado para a Lista de Comunicação lá da Universidade. Se existe alguém ainda lendo minhas doideiras até agora, considero importante ter uma boa leitura aqui: http://www.amalgama.blog.br/11/2010/mayara-petruso-nordeste/ No nordeste tem muito rico, muito pobre, tem ladrão, tem inocente, tem prédio de luxo, tem favela. No Sudeste tem isso também. Talvez menos, mas ninguém tá salvo. No Sul, Norte, Centro Oeste. Isso é Brasil. 

E liberdade de expressão pra mim não foram esses vômitos que nordestinos e sulistas despejaram uns contra os outros pelas redes sociais. Respeito e liberdade pra mim é outra coisa. Lembra daquilo? A minha liberdade termina quando a sua começa.

Acreditem, essa história não só rendeu  papo no restaurante, na hora do almoço, com os colegues de trabalho, como também algumas risadas, como pude ter lendo esse post. Para quem quiser ironia das boas, aqui: http://www.crerepensar.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=204&Itemid=26

Melhor seria se arrajássemos um jeito de conviver no meio dessa confusão, tentando diminuir essas disparidades absurdas e não sair por aí, falando da própria desgraça e atirando no próprio pé. Vamos parar de se afogar, braseel.

 Lary, mais uma vez.