sábado, 12 de fevereiro de 2011

Agora, sim, a gente não fala mais gre-go.

Um dia desse, no msn, Madu chega e diz que lembrou do nosso blog, quando viu esse vídeo e morreu de rir. Acho super digno mostrar o nosso palavreado aqui e, desta vez, com legenda. Porque quando eu falo pagar cadeira, eu quero dizer cursar matéria! Depois que eu soltei essa expressão bem do nosso Pernambuco, me perguntaram: mas como você paga cadeira, se você estuda numa faculdade federal? Ah, a pergunta fez super sentido, né? Aí eu expliquei o significado de pagar cadeira! Hahahaha. 

Sim, esse é vídeo é o pipoco do trovão! Resenhoso todo, este menino explicou a maioria das nossas gírias. Pense que o dicionário pernambuquês é grandinho, viu? 

Agora eu entendo quando a galera fala que a gente fala coisa que só a gente entende. Ai, ai. Hahahaha. Espero que, de hoje a oito, Ludmila venha postar algo aqui, porque ela não tá com a bexiga lixa, nem com a bobônica pra não vir! Mai, mai, mai! Ela já tá voando, dou um desconto! Aquela taaaaanga!



Besos!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

São Paulo. Dois lados. Quente e fria.

Antes de tudo, devo dizer que me surpreendi com as estatísticas do blog e dos posts. Por mais que as pessoas não comentem, a gente sabe que isso tá sendo bem visitado. E eu fico feliz. Também mudei algumas coisas, adicionei alguns gadgets pra ver se fica mais fácil a navegação. Dá até pra você dizer o que achou do post, marcando um "xizinho" em umas das respostas lá embaixo. É isso, aí vão algumas das minhas expressões.

Quente, quentinha. 

Efervescência Cultural. É assim que eu vejo São Paulo. Onde tudo, realmente, acontece o tempo inteiro. E se ela dorme, me diz qual a hora, porque depois que eu estava, na Avenida Paulista, às 23h e pouca de uma sexta-feira de dezembro, e tinha que driblar as pessoas pra andar até o metrô, eu notei o quanto essa cidade é muito. Muita gente, muita cultura, muito restaurante, muito cinema, muita boate, muito bar. Tem pra todo tipo de gosto. Fataço!

Hoje eu tava comentando sobre o Show de Manu Chao que vai ter, com entrada franca, dia 13/02, próximo domingo, à tardinha. E aí eu lembrei dos SESCs (Pompéia, Vila Mariana, Pinheiros...) espalhados por aqui, do Centro Cultural Banco do Brasil, do Centro Cultural São Paulo e de tantos e tantos lugares que eu ainda nem conheço, mas que tão cheios de shows, gente, poesia, música, arte, arquitetura. E, o melhor, você não precisa pagar 100 reais pra ver artistas tão ferrenhos. Mas se quiser pagar, também tem lugares de 100 reais. Tem pra todos.

De Pernambuco, então, sempre tem banda por aqui. O Studio Sp deveria se chamar Studio PE, como alguns brincam, hehe. Por lá já passaram Otto, Karina Buhr, Del Rey, Mombojó, Seu Chico, Eddie, Diz Maia, e tantos outros. Semana sim, semana não, algum deles tá por lá. Aí você esbarra com Leandra Leal, com Otto pelo Studio, e tá tudo certo. Todo mundo com o mesmo propósito no lugar. E os shows são sempre lotados, com uma energia incrível. Num show de Eddie que eu fui ano passado, rolou, praticamente, um carnaval fora de época. E parece que quando você tá longe e escuta o frevo, você fica mais louco do que quando escuta vassourinha nas ladeiras de Olinda. É, é puro calor! E tem pernambucano até dizer basta! Não, eu não digo basta. Hahaha.

E as galerias? Na Galeria Olido, por exemplo, sempre rola uns sambinhas, uns cinemas de 1 real. A feira de antiguidades da Benedito Calixto, tem chorinho, tem cerveja gelada, uns pastéis incríveis e uns doces que mel-dels-do-céu. Além disso, gente bonita e descolada é bóia. Ah!, uma vez a gente colocou umas mesas ali no meio da feira e fez um encontrinho de pernambucanos num sábado desses. Lotou! E tinha gente de Belém, de Fortaleza, de Recife...E essas tardes foram chamadas de point, aos sábados. Eis o "Acaiaca" de São Paulo, como bem nomearam.

Ai, tem tanta coisa. Tem o Belas Artes, que vão fechar :(, tem a Reserva Cultural, os cinemas do Unibanco, na Augusta. E tantos festivais de cinema. De teatro, ainda conheço pouco. Tem tanto pra perambular, ainda. De Museu, tem o da língua, que eu adoro. É tão interativo, uma mistura de luzes, textos e cores tão legais.

E bares, né? A Vila Madalena tem uma mistura bonita de pessoas e cores e raças. Tou conhecendo, tou conhecendo...E boates, né? Enfim.

Recife é multicultural, como bem diz a Prefeitura da cidade e eu bem confirmo. Já São Paulo, posso chamar de mãezinha de Recife. É a mãe-multicultural. Coração de mãe, né, abraça todas as culturas. Tem de tudo, um grande muito. É pura efervescência. E eu gosto daqui, essa desvairada paulicéia me conquistou. É, confesso, sou apaixonada por ela.


Fria, friazinha.

Relações humanas. A tal da resistência para ir além. Como nem tudo são flores, tem a parte fria da cidade. 

Olha, já conversei com algumas pessoas que não são paulistanas, mas vieram pra cá, morar na cidade-mundo. E todas elas (não foram muuuitas, mas é engraçado que elas sentem o que eu sinto) concordaram comigo.

Seguinte, não há dúvida sobre a receptividade bonita que a gente tem e sente aqui. Basta escutarem um "tu", "oxe" ou os sons puxados dos nossos "s", como um "x", que logo percebem que não somos daqui. E quando se fala de Pernambuco, de Recife, aí pronto, tome pergunta, tome galera pedindo para eu "falar mais um pouquinho". Acho isso uma graça. Mas não tou aqui pra falar da simpatia e da receptividade da galere de São Paulo (as quais já muito falei, linsojeada, obviamente), mas, sim, da frieza que está mais embaixo.

Aí eu me pergunto: Qual é, hein? A gente que é muito caloroso e espera uma troca? A questão do calor vai de pessoa para pessoa? No sudeste, as pessoas são realmente mais frias, assim como o clima? rs. Mas é tropical, né? De altitude, subtropical, tem até semi-árido, galera. Então, o que eu venho vos dizer é que grande parte das pessoas são simpáticas, mas eu noto que elas têm um certo receio, quando é para se ir além do "Oi, tudo bom?" quase que automático, sabe. Eu gosto de conversar, de entender, de compartilhar idéias pra ver se o santo bate, enfim...sem nenhum interesse, minha gente. Conversei isso com uma amiga, que é do Guarujá e veio pra cá. Ela disse: "É, concordo. Aqui, quando você chama alguém para tomar uma cerveja ou ir a um café, por exemplo, eles acham que a gente tá se interessando, que é paquera...". Não! não é paquera! A gente só quer ir mais além do "Oi, tudo bom?", gente, e passar dessa frieza. Conhecer, trocar idéia, tomar cervejas, abraçar e fazer carinho, quando se tem vontade, sem receio algum. A gente quer perguntar da mãe, do pai, dos irmãos, de como foi o fim de semana. 

Bom, eu não sei se eu soube me expressar bem aqui. Dessa vez, eu não sei. Não é questão de carência, antes que pensem. É a onda de se ir mais além sem interesses, sabe? E, graças a Deus, eu consegui, no trabalho, algumas pessoas com a alma igual a minha. Foi um processo de conquista massa. Umas poucas, mas bem importantes, com as quais eu posso me envolver, abraçar, falar de tudo, sem pé atrás, sem medo de ser mal interpretada. E, o melhor, me sentir segura e AQUECIDA. 

Uma coisa é fato: aqui tem muito a cultura do "viver só". Nas padarias, tem muita cadeirinha única no balcão pra você tomar seu café da manhã, almoçar ou jantar só. As pessoas andam rápido, fazem tudo rápido (hehe, tou exagerando). Mas é sério, a cultura do "myself" é uma coisa que me deixa intrigada aqui. 

Eu-eu-eu-ego-ego-ego. Centro de tudo.

Ai, ai. Ao menos eu fico feliz, pois, em meio à tanta frieza, conheci pessoas que valem à pena dar uns passinhos a mais. E relacionamento, seja ele qualquer que seja, é uma troca. Tem que ter a tal da troca. Afinal, relação social é convivência, não cada um no seu mundo, cheio de proteção. 

E, desculpa, mas eu não me adapto à frieza. Comigo a cultura é outra. CALOR HUMANO eu curto.

No meio do gelo, a gente encontra, sim, os pontinhos de sal. :)

Beijos quentinhos e ótima semana.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

E de tanto desejar, realidade pode se tornar!

Antes de começar meu milagrosamente pequeno post (acho que é tanta coisa pra contar que a gente se perde e não sabe o que fala. Só lembra depois que termina) , gostaria de agradecer a todos mais uma vez o apoio, carinho e esses comentários que amo ler - obrigada pelos olhos gastos com meus devaneios desconexos e desvarios!


AÍ PRONTO! Dessa vez a desculpa é bem aceitável do meu sumiço: O treinamento na Gols tem me consumido demás. Foi tipo: vou ali, ser feliz, comer, dormir e estudar. Volto já.

Dada uma PISA (piza?) no cabelo, unhas feitas com cor de menina boazinha,1 hora para rebocar meu rosto e 1 horimeia de pé no ônibus no salto ou no tenis. E aí muita informação no juízo, muita piada e gracinha com os colegas - me vejo assim no futuro: com cara de gente e tirada à engraçadinha como sempre - e muito mês no salário que não chega. Melhor que isso só recebendo em dobro, já falei.

E aí, após pouco mais de um mês de treinamento em solo, chega a danada e desejadíssima escala de treinamento: a grosso modo a gente voa 15 horas e passa por uns testes para poder tirar uma licença de voo. Obviamente que a virginiana neura e comissária de primeira viagem tá toda ansiosa e medrosa. Claro né. Chegar não sei onde, procurar por não sei quem, com só Deus sabe o que dentro da mala e ir voar. Tremendo na baaaaaase. De alegria e de medo. Muito melhor do que só medo. Por que São Paulo para mim é a "cidade daS primeira vez". E a gente cresce, a gente cresce. Chorando um pouco e rindo muito. E aí vem o melhor, por que siiiiim, voar é maravilhoso, atingir o ápice dos seus anseios é indescritível, mas dos meus três dias de treinamento em rota receber DOIS na minha querida terrinha, é PERNAMPAULISTAR demais, não acham? Pois é, pois é! Acreditem, não é nada combinado, apenas me designaram um instrutor e a rota dele nos dias em que estarei treinando incluem Petrolina, Noronha e dois pernoites em Recife. Ba-bei. Segundo um colega de turma, existem comissários que nunca nem voaram para Noronha. Bom-bei. Já vislumbro a terra dos altos coqueiros. Os olhos brilharam ainda mais e já ouço o frevo lá longe, vontade de pirar mais e mais.

Eu sinceramente nem sei para quantos lugares no Brasil a Gol voa além de todas as capitais do país. Mas só de olhar a escala dos colegas e vendo gente para todas as regiões, pernoitando em uma região diferente a cada dia eu só sinto mais ainda o quanto querer é poder, o quanto acreditar faz diferença, o quanto la vitta è bella, o quanto a pernambucanidade bate forte aqui dentro. Só pra me dar mais força e vontade de vencer.

Entederam agora por que tenho dois corações?