sábado, 30 de outubro de 2010

"Queiram ou não queiram os juízes, o nosso bloco é de fato campeão!"

Tinha um maracatu dentro do meu peito. É assim que eu descrevo as batidas enlouquecidas que invadiram meu coração quando a gente ouviu o título do nosso trabalho - Comércio Social: varejo entre amigos. Nos levantamos da nossa mesa (que tava uma alegria só, entre chefes e não chefes), nos abraçamos por alguns segundos. Sim, estes que pareceram minutos para mim. Porque as emoções se misturam e você perde um pouquinho da consciência. Como eu descobri isso? rs. A gente subiu no palco e eu saí sorrindo pras fotos e fazendo o que pediam sem entender nada. A gente desce do palco com o troféu na mão e vem os jornalistas querendo saber das coisas, fazendo perguntas. Ga-le-ra, e quem disse que você consegue pensar numa hora dessas? rs.

Como seria ganhar um prêmio, ter de subir no palco, etc e tal? Que tipo de emoção doideira deve dar na hora? Eu já tinha duas coisas pensadas:

Ou é como aquele acelerado no peito, aquelas sístoles e diástoles se alternando nas batidas feito loucas como quando você encontra alguém por quem está apaixonado. Sabe como é, né? Que você gela, coração quase sai pela boca, querendo explodir, se mostrar. Ô, bichinho amostrado esse.

Ou é quando você perde a consciência por alguns segundos, quando tem a tal da pequena morte. É, sobre isso, algumas me entendem. Quem não entendeu, ah, desculpa.

Enfim, eu não sei explicar não, só que é incrível e importante de se viver. E outra, de se expressar, seja aquele abraço caloroso que eu e Nara demos, seja o puta que pariu que eu soltei, seja o caralho que ela soltou bem articulado e teatral. Este, cheio de classe, em cima do palco, vale salientar. E colocando as mãos pro alto.

Ah!, se Carol tivesse com a gente. Ah!, que a gente ia dançar a dança da bundinha lá em cima. Ah!, que ia ser ainda  pior  MELHOR. Hahaha. Mas falando sério, se Carol tivesse, AH, MELDELS. Mas em nome dela, recebemos parabéns, abraços orgulhosos. E outra, ainda aquele: "foi emocionante vocês recebendo, adorei ver a alegria, foi bonito mesmo." É, a gente se surpreendeu. Porra, fizemos o trabalho, achamos que ele tava massa demais, mas estávamos concorrendo na categoria mais cheia de trabalho inscrito: aquela que você escolhe qualquer assunto e fala sobre ele. Por isso, um maior número de trabalho inscrito. E outra, minha gente, por mais que a gente tivesse gostado do nosso, a gente nunca tá confiante, a gente nunca sabe o que esperar. Tudo é muito incerto. Para aqueles que têm certeza, eu digo, "aí é fera, viu? aí se garante!". E, sinceramente, é ainda uma maneira de se proteger e não se decepcionar: fazer nossa parte e ver no que dá. Nervosas, claro. Tirando onda que íamos vencer, que íamos ganhar o Nobel no próximo ano (RISOS), mas, no fundo no fundo, aquele maracatu pesando uma tonelada rs.

Pois bem. Posso dizer uma coisa? A gente comemorou em dobro. De dobradinha é mais gostoso. Ano passado, quando ganhamos cada uma sem "sua" mídia, não pudemos estar. IMAGINE se estivéssemos lá? Eu enfartaria, certeza. Só Karla Patriota que consegue mesmo ganhar sempre e ser uma lady. Ano passado, seria assim: Na categoria estudante, na mídia TV: Carolina!...e na mídia Rádio: Nara!...e na mídia Jornal: Laryssa!. E, como professora orientadora: Karla Patriota!. Fim das contas: as três morridas da silva. 

Achei essa foto aqui que Diogo tirou da gente, lá na federal mesmo, na sala de aula, quando Karla entregou  nossos respectivos, ano passado.


E, em 2010, aqui estamos. Pernambuco marcando presença, novamente, no Prêmio de Mídia do Estadão. Fora a gente, teve gente em 2º e 3º lugar, teve Karla Patriota como 1º em Mídia Digital, na categoria profissional, e ainda teve, pra me matar de orgulho, o trabalho de Circe (de Pernambuco! Ex-aluna de Karla) e Marcelo como o melhor dos melhores na categoria profissional. Pronto, arrasou até dizer basta. Descreva alegria aí, por favor.


A todos que estiveram na torcida, a todos os parabéns recebidos, muito obrigada. Em nome das três, agradeço. Agradeço às meninas também, Carol e Nara. Carol que instigou a gente a se inscrever de novo. As três pela procrastinação, adiando e escrevendo o trabalho em algumas madrugadas rs. Essas noites mal dormidas que foram um revezamento bonito: enquanto uma deitava no sofá, dando um cochilo, a outra fazia o texto "Por que devemos ser vencedoras", a outra diagramava o que já se tinha. Ou então, Nara ligava lá pro trabs: olha, bora cada uma levar uma coisa gostosa pra gente comer. De noite, tinha salgadinho, barra de chocolate e cada uma com seu net/notbook. Era revezamento deles também. E da internet, que a gente só tinha uma rs. En en, é tão bom lembrar dessas coisas.

Valeu a pena. 

Um beijo,

Lary.

domingo, 24 de outubro de 2010

Meu!, tô zoada!

Então rs (começo de respostas com então é bem coisa de paulista e, confesso, já pegay, hehe). Vou falar aqui das gírias e dos sotaques, tá? Acho digno. Só porque eu sempre achei sotaque uma coisa charmosinha de mel-dels-do-céu.

Olha, me desculpem os outros, mas o do pernambucano é, definitivamente, o mais charmoso. Falo com conhecimento de causa, tá? E é a minha opinião, de toda forma. Eu sempre disse que tinha de me apaixonar só por pernambucanes. Imagine ouvir uma declaraçãozinha desse jeitinho no ouvido. É bom demais, minha gente! E quando ouço esse arrastadinho nas músicas cantadas por Otto, Felipe (de mombojó), China, Lirinha, dentre outros, aí é que a coisa fica braba e faz um turu-turu aqui dentro. Sinta logo o "d" do "fodia" e do "dia" e o "t" do "noite", quando Otto canta Crua, no verso: "Mas naquela noiTE em que eu chamei você  foDiiia de noiTE e DE DIaa". Ai, esse cedê dele é incrível! Amor faz dessas coisas, né. Alessandra Negrini, sua linda!, você tem parcela de culpa. Pra quem quiser escutar, aconselho ouvir por inteiro, galere, mas as músicas 6 minutos, Saudade e O Leite, para mim, são as melhores. Tem até regravação de Naquela Mesa, de Nelson Gonçalves. Por essa, tenho um apreço imenso e saio no embalo desse breguinha antigo da melodia.

Beleza, mas vou dizer uma coisa: sotaque paulista é uma graça, é uma djilícia. Não tou falando dos brow, tá? Agora eu falo dos paulixtas (Como eu tiro onda com o pessoal que fala o nome da novela "Txi-Txi-Txi" e não Ti-Ti-Ti, como yo hablo, eles bem que poderiam zoar com o X que a gente usa no lugar dos S, né? Então, vou dar idéia não.). Sim, eles vêm me conquistando. Lembrei de Vanessa, lá da agência. Ela que me fez notar o "meu", "zoada", "aham" falados por eles. Em um dos primeiros dias, ela veio se apresentar, achei tão massa. Vez ou outra, tira umas onda comigo, falando o "velho" e o "salgaDInho" (com a entonação forte no "d", como a gente faz), haha, é lindo que só. E aí, volta e meia eu escuto ela falando com os meninos:  "Meeeeeu, tá me zoaaando?" Olha, é muito bonitinho, viu? É charminho, galera.

Traduzindo:
  • Meu aqui é igual ao Velho da gente.
  • Zoada é igual ao ferrada, lascada, fodida da gente. Não, zoada não é barulho!
  • Sim, fodida aqui é alguém que é muito bom. Descobri quando tava existindo ruído de comunicação numa conversa em um almoço. "Meu, sabe fulaninha da agência tal? Ela é fudjida! Todo mundo que ela indica, entra." Parei e pensei: como ela é fodida se quem ela indica entra? Hahahaha. Pronto, entendi que isso aqui é bom. Já justificaram, certa vez, e me convenceram. Saca só o pensamento: Foder é uma coisa boa, né? Por isso que fudjida é alguém muito boa. Sabe os trabalhos massa? Pronto, aqui os trabalhos são fudjidos! Desculpem os palavrões, mas espero atingir a comunicação, somente, rs.
  • E cerrinha de unha? Camila acha engraçadíssimo o "cerrinha". Aqui é lixa de unha, né? E agora, ela me chama de cerrinha. rs.
  • Aaaah! Sabe aquele "aham" de modelo? ELES FAZEM. Aquele que Ingrid Guimarães fazia quando interpretava a modelo Leandra ou "Leâdra" Borges em um quadro do Fantástico. 

Tô de censa. Confeito. Tabacudo. Diadema. Tantas e tantas palavritas que se a gente fala por aqui, tá falando grego. Adoro quando Nara vem contar as histórias dela do dia-a-dia. É muita onda! Um dia desse, ela disse pra chefe: "Ah, ele vai fazer porque ele não deu na mãe dele! Flávia, bestificada: "Como é? Ele não deu o quê?" HAHAHAHA. Ai, ai. No Brasil, as mil diferenças. Se você quiser, ninguém te entende, mesmo falando português. E tenho dito!

    Ah, o mico de ontem foi no restaurante: moça, mostra pra gente um acompanhamento massa para essa carne. Ela: "Massa? Tem massa aqui!", apontando pro lado do cardápio onde tinha penne, fettuccine, dentre outras MASSAS. Hahaha. A gente riu meia hora e a mulher também, claro.

    Outra coisa. Com o tempo, a gente vai adquirindo alguns vocabulários daqui, isso é fato. Não muda sotaque, mas chega com um "então", um "zoada", vez ou outra. Se o objetivo é se fazer entendido, vamos usar das possibilidades, né? Sem abusar. Eu lembro depois da festa do vê eme bê, no outro dia. Tava ferrada, quase sem voz. Aí eu me fiz entendida muy bien com um "caramba, a melhor palavra pra me descrever hoje é: "zoada! tô zoada!".

    Bom, voltando aos paulistas. Eles têm uma desenvoltura bonita quando falam. Não todos, claro, como nem todos os pernambucanos, mas na verdade verdadeira, acredito que, inconscientemente, é o charme atrelado ao sotaque que me fascina. Pronto, fechou gestalt. 

    Vamos almoçar que ninguém é de ferro. A gente precisa dele, isso sim.

    Bom início de semana!

    Lary.

    quinta-feira, 21 de outubro de 2010

    Enfim, digitalizados!


    Quando a procrastinação é relativamente grande, a gente (leia-se eu) não sabe muito bem por onde começar, quais causos contar, quais acasos digitalizar antes que eles se escondam nos buracos negros cerebrais dos desmemoriados.

    Vou tentar pincelar um esboço com as cores que estão mais vivas, então.

    A minha vida a SP, foi a troca do certo pelo incerto, do pequeno pelo grande, da segurança pela adrenalina.Muitos já me ouviram dizer isto: Fechei os olhos, fechei as malas, abri o coração e parti. E cheguei. Daí me deparo com aqueeele sotaque diferente, às vezes até um português mais surrado mesmo (que provavelmente renderá umas futuras postagens), um clima diferente... me deparo com um mundo totalmente diferente, quase oposto, ao que vivi em 20 anos.Daí vem à cabeça a pergunta clássica: Que que eu tô fazendo aqui?!

    Mas eu sabia, eu sempre soube. Embora eu sinta que ainda virão muitas novidades e descobertas que mefarão dizer "Era por isso que eu tinha de estar aqui", não vim totalmente sem noção. E eu me valho de Klink - vindo de tabela por tia Lucimar - para justificar uma parcela de tudo isso:
    "Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver."

    Da menor capital do país, para Sum Párlo. Da cidade de , sei lá, seus 800 mil habitantes para uma que só de metrô transporta diaramente 5milhões de pessoas. Seria a NYC brasileira? Sinceramente não sei. Aqui tem Brooklin, ok. Mas aqui tem japa, china, coreia. Na rua tem gente tocando guitarra, saxofone, triângulo... Unsbairros colonizadospor espanhóis, outros por italianos; Tem o misterioso vizinho francês de Laryssa e eu acabei de ver no metrô dois gringos que não sei nem de onde são, por que falavam uma língua muito estranha!
    Vai para algum lugar? Metrô+ ônibus+metrô. Vai para outro? ônibus + ônibus+ caminhada. Não sabe como chegar num oooutro lugar? Tem um serviço telefônico gra-tui-to que te ensina passo a passo - e ônibus a ônibus - como chegarlá.Aí eu falo outra frase incansável: Aqui, quem lê placa vai à Roma.Ou pelo menos do Carandiru à Liberdade; do Palmeiras ao Corinthias, da Consolação ao Paraíso. Em SP, você encontra a Luz que procurava. E pode chegar até de trem. Ok, parei de piadinhas menino-amarelo.

    Mas tudo isso é fato. Para quem gosta de hip hop, literatura russa, cinema japonês, comida chinesa, café turco, falar árabe, das quatro estações, shows de 300 reais ou shows gratuitos.. Vem pra Sampa! O negoço aqui é arretado, visse? Tu vai achar suave, mano!




    segunda-feira, 18 de outubro de 2010

    Esculhambar é preciso.

    Ah, de vez em quando, vai.

    Preparei um post mais decente para "inaugurar" essa digitalização de idéias e aventuras que é viver na cidade com nome de santo que tem rua com nome de índio e gente de todas as cores.
    Maasss, tem sempre um mas!

    Estávamos Lary e eu, passeando por aí em qualquer lugar, distraidamente. Ìamos andando e eu olhava para ela enquanto contava alguma coisa. O que acontece? Tro-pe-cei num pombo. Pensei "Caramba, até os pombos daqui são diferentes!" e disse "Lary, isso vai virar meu primeiro post."

    Tropecei num pombo!

    domingo, 17 de outubro de 2010

    Procrastinei até dizer basta!

    Basta!

    A partir de hoje, pretendo colocar algumas das minhas idas e vindas experimentais a cada canto dessa querida e desvairada paulicéia. Dessas idas e vindas de pensamentos também. Como comecei "tarde", vou relembrar também alguns momentos. Antes tarde, pois bem, do que nadica.

    Pernambuco. São Paulo. Estando. Perambulando. Listando. 
    Pernampaulistando. Eu e Guimarães Rosa, cada um com suas loucuras rs. Brinks, hein.

    Eu e Ludmila, a outra Queiroz, pensamos em fazer um blog juntas, pensamos em nomes, despensamos. Olha, eu fiz. O significado do neologismo daí de cima é bem como queríamos. Ela deve vir colaborar na troca de informação também, e como ela vai ser uma menina das viagens (arrasou no Processo Seletivo da Gol e já já começa a voar, a comissária de bordo da família), vai ser fera saber das histórias resenhas que acontecem pelas nuvens. E eu tou doidinha pra começar a voar com preços massas, hehe.

    Então, minha gente. Eu digo Pernambucalizar a vida Coração, fazendo alusão ao verso da música de Caetano que eu escuto ao menos uma vez  por dia no trabs. Carnavalizar e Pernambucalizar pra mim é a mesma coisa. No melhor dos sentidos, claro.

    Sabe por quê?

    Nada de um beijo só. Vamo se acostumar que comigo vão ser sempre dois beijinhos, porque pernambucano é beijoqueiro. É muito amor. É, só porque eu gosto, eu disse isso à Camila, uma doçura de menina lá da agência (depois d'ela me dar um beijo e eu tentar dar outro e morgar no ar e ela dizer, achando engraçado, "Eita, com vocês são dois, tinha esquecido!"), agora acredita que pernambucanos gostam de muito beijo. Portanto, façam jus à fama, por favor rs. Ah!, mas não é que é verdade? A fama da gente tá é boa. Um dia desses, Léo - dono de uma alegria contagiante - veio me dizer, depois de passar o feriadão em Recife, que na minha terra o povo é muito quente. CHA-TO, né, galera? Cha-to. 

    Pois bem, em se falando de pernambucanidades, vou até postar a foto de um bilhetinho que eu ganhei no dia do meu aniversário do povo da agência, junto com outros presentinhos lindos. Achei uma graça. Eles colocaram as palavras faladas por Laryssa (adoro falar na 3ª pessoa de mim mesma rs) no dia-a-dia e escreveram recadinhos atrás.

    Todo mundo tira onda comigo, mas já tinha neguinho falando "Aí pronto!" por lá, hehe. Pense numas expressões que a gente diz sem notar, mas aqui faz uma diferença danada.

    E a do salgadinho de queijo foi porque eu comentei uma vez que era algo que eu fazia muito bem, modéstia parte, e aí fiquei pretérita, né, porque NINGUÉM sabia o que era essa djilícia. E eu, toda besta: "Minha gente, tem em festa de aniversário, é tão comum". Eles falaram do bolinho de queijo, aquele que é frito. Só conhecem esses. Como também tenho, em minha mente, a função de espalhar o amor e a alegria (sou brega rs), além de outras coisas, nessa cidade, fiz e levei pra agência. Pronto, todo mundo amou. Todo mundo que pôde comer, porque acabou rapidinho rs.
    Dei até a receita a um dos meus chefes, Gê, que ia fazer esse fim de semana. Vamos ver se amanhã tem salgadinho de queijo, hehe.

    Um beijo e bom resto de domingo. Deixa eu ir que já já tem Cidadão Instigado no centro Cultural São Paulo.  De graça. É, uma beleza.

    Lary.